Um papel já existe - a assinatura do termo de opção de compra do terreno de 160 mil metros quadrados na Avenida Brasil saiu nesta quarta-feira. O dia seguinte do departamento de patrimônio e da diretoria do Flamengo é de muito trabalho na Gávea. A comissão de estádios, que avaliou mais de 40 áreas no Rio e até em Niterói, estima custos de R$ 400 milhões a R$ 420 milhões para a construção do sonho da casa própria do Rubro-Negro. Caso tudo avance conforme previsto - com todos estudos, licenças e garantias aprovadas nos três meses de opção de compra -, a expectativa inicial é de obras de três a quatro anos para término da construção do estádio. O formato de negócio do Galo será diferente. O clube vai levar ao conselho a proposta de venda de um shopping center por R$ 250 milhões como parte de financiamento de um estádio que custaria, ao todo, cerca de R$ 470 milhões. O Flamengo vem se reunindo com potenciais parceiros na investida - e até com banco de investimento, que entraria na jogada para financiar o erguimento da estrutura. Em Minas, os atleticanos ainda contam com venda de cadeiras cativas - o que deve ser replicado também no Rio se o futuro estádio do Rubro-Negro sair do papel. Com bom relacionamento com o prefeito Marcelo Crivella e desenvoltura com caciques da política carioca e nacional, o presidente Eduardo Bandeira de Mello conta também com a cooperação de órgãos públicos para revitalizar a região, que fica a cerca de 2 km de São Januário. Em frente ao terreno do estádio, uma estação de BRT deve ser inaugurada em menos de seis meses. O passo à frente do Flamengo é encarado também como mais uma pressão no poder estadual para fazer a licitação do Maracanã. O clube da Gávea tem 120 dias para decidir pela aquisição do terreno. Nos bastidores, a possibilidade de "se livrar" de pressões e de dependências externas empolgaram os dirigentes do Flamengo.